segunda-feira, 7 de maio de 2007

Feitos para amar


«A liberdade de toda criatura é limitada pela na­tureza que Deus lhe deu. O peixe, por exemplo. Deus criou os peixes para viverem e se desenvolverem na água. Suas guelras são adaptadas para absorver o oxigénio da água. A água é o único elemento em que o peixe pode ser peixe, encontrar a sua identidade de peixe, sua realização, sua liberdade. Uma liberdade que se limita à água, é verdade; dentro dessa limitação, porém, ela é liberdade.


Se os peixes foram feitos para a água, os seres humanos foram feitos para quê? Eu acho que a nossa resposta é a seguinte: se a água é o elemento em que os peixes se encontram como peixes, então o elemento em que os humanos se encontram como huma­nos é o amor, as relações de amor. Morris West dá-nos um exemplo impressionante disto em seu livro Filhos do Sol, que conta a história dos scugnizzi, os meninos de rua abandonados de Nápoles, e do amor de Frei Mário Borelli por eles. "Existe em nós (os napolitanos) uma coisa que nunca muda", disse Mário para Morris. "Nós necessita­mos tanto de amor quanto um peixe necessita de água, ou uma ave de ar." E então explicou que cada um dos scugnizzi que ele conhecia "tinha saído de casa porque não havia mais amor para ele".Mas não são apenas as crianças de rua do mundo que necessitam amar e ser amadas, e que descobrem que vida significa amor. Todos nós somos assim. É no amor que nos encontramos e nos realizamos. Além do mais, não é preciso ir muito longe para buscar a razão para isso. É porque Deus é amor em sua essência, de tal forma que, quando ele nos criou à sua própria imagem, deu-nos a capacidade de amar assim como ele ama. Não é à toa, portanto, que os dois grandes mandamentos de Deus são amá-lo e amar uns aos outros, pois é esse o nosso destino. Uma existência verdadeiramente humana é impossível sem amor. Viver é amar, e sem amor nós murchamos e mor­remos. Como expressou Robert Southwell, poeta católico romano do século XVI: "Não quando eu respiro, mas sim quando eu amo, aí é que eu vivo." Ele provavelmente estava fazendo eco à observação de Agostinho, de que a alma vive onde ela ama, não onde ela existe.»-John Stott, Ouça o Espírito, Ouça o Mundo

7 comentários:

A Flor disse...

O Ser Humano foi criado pelo Criador, para que este o louve e adore em Espírito e em Verdade.

Beijocas bué de floridas e recheadas do amor imenso do nosso amoroso Pai Celestial, com carinho da Flor :D

Anónimo disse...

bonito post, mas se formos "matematicos" na analise...
os peixes sem agua morrem, o homem se amor nao morre...!

Paulo Costa disse...

O homem, de facto, sem amor não morre, no sentido material ou físico em que encaramos a morte. Contudo, sem amor, ele não vive a vida na sua plenitude, não cumpre o seu destino. A sua alma está longe de Deus, sem vida e, assim, ela murcha, seca e morre. O homem que não ama, pode andar, respirar, comer, mas não vive a essência da vida, não é verdadeiramente humano.
"Não quando eu respiro, mas sim quando eu amo, aí é que eu vivo."

Catequista disse...

E o Amor foi, é e continuará a ser o mais belo sentimento que o ser humano pode demonstrar!

Catequista disse...

Olá Amigas.

Deixei uma "coisita" lá no meu cantinho para este espaço.

Procurem na barra lateral...

Eu sei que sou suspeita por atribuir o presente a um blog no qual participo, mas achei que este cantinho de amor, que reúne tantos amigos, merecia!

Beijocas

Morg Ana disse...

Belo blog!

Deus te abençoe!

Abraço!

Anónimo disse...

Muito bom o blog, e este post em especial.

Abraço em Cristo Vivo