segunda-feira, 23 de abril de 2007

A substância do tempo


Quando chove, é costume colocar um plástico sobre a roupa estendida para que não se molhe. “Guarda-chuvas” creio como se chama. Vendem-se nos hipermercados e nas lojas de ferragens.
Sobre a coberta da nossa quotidiana cultura de plástico, vão caindo gotas de inspiração, sugestões, ideias limpas de contaminação e de prejuízos calcários. Vêm das nuvens do pensamento, do céu de cada um e, se não as reconhecemos a tempo, perdem-se no trânsito desordeiro do asfalto, debaixo das pisadas apressadas dos transeuntes acelerados.
São a substância que perdemos debaixo dos guarda-chuvas, do não pensar por chegar a tempo. E com isto, escapam-nos milhares de sensações que poderiam aquecer os campos ressequidos da imaginação; que poderiam ser alimento de projectos que morrem por falta de atenção e cuidado.
Ocorrem muitas coisas entre nós sobre o teto de plástico, que vagueiam sem rumo certo mas têm a trama da nossa história individual. Recolher essas gotas de chuva meticulosamente é escutar Mozart, é extasiar-se ante um entardecer na minha terra. E perante tudo é escutar o canto do outro “como o meu próprio canto”; é dar-se conta de que falta o vinho nas bodas de Canã… E então aquece o espírito, abre-se as alas de esse pássaro despercebido que todos levamos dentro, no espaço do coração.
(adaptado de Cármen Villamayor)

A minha participação neste espaço que pretende ser de LUZ, aquela que não ilumina...mas ajuda a ver, começa com a partilha de uma reflexão que utilizei na reunião de encarregados de educação da minha Direcção de Turma, no dia 16 de Fevereiro deste ano. Nos últimos anos tenho começado estes encontros com um momento de oração que se tem revelado muito interessante e que acaba por propiciar um clima de calma, tranquilidade e serenidade tão importante para falarmos sobre a educação que pretendemos para os nossos alunos.
Tal como nos mostra a imagem é preciso criar "pontes", elos de ligação como neste aqueduto, para levarmos a água a bom porto. Este blog será mais um arco que se pretende irreverente nesta sociedade conformista e confusa.
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2 comentários:

Cátia disse...

Moura,

Acho extraordinário rezares com os pais antes das reuniões de pais... acho um optimo método... envolve-los em cristo!!

Por vezes colocamos uma capa tremenda à nossa volta que não nos deixamos tocar,molhar por esse amor... e escapam sensaçoes, alimento, atenção.

Obrigada por te juntares aqui a este nosso cantinho, a esta nossa comunidade em Deus.

Beijinhos

Joaquim Luís Monteiro Mendes Gomes disse...

Todos somos obras das mãos de Deus...
Que melhor artista?...
Se isso é verdade...como o é...todos temos
alguma coisinha de bom e belo para mostrar e oferecer...
Eu acho assim.

Obrigado amigo Moura
Um abraço