sexta-feira, 6 de julho de 2007

“Fostes chamados para a liberdade”


“Fostes chamados para a liberdade” (Gl 5,13)
Palavra de Vida

Entre os anos 50 e 60 o apóstolo Paulo tinha visitado a região da Galácia, no centro da Ásia Menor, atual Turquia. Surgiram comunidades cristãs que abraçaram a fé com grande entusiasmo. Paulo lhes revelara Jesus crucificado, e eles tinham recebido o batismo, o qual os revestira de Cristo, comunicando-lhes a liberdade dos filhos de Deus. Eles “corriam bem” no novo caminho, como o próprio Paulo reconhece.
Depois, inesperadamente, buscam a própria liberdade por outros caminhos. Paulo fica admirado com o fato de eles terem voltado as costas a Cristo tão depressa. Daí o convite insistente para reencontrarem a liberdade que Cristo lhes tinha dado:

“Fostes chamados para a liberdade”

A que tipo de liberdade somos chamados? Já não podemos fazer o que queremos? “Nunca fomos escravos de ninguém”, era o que diziam, por exemplo, os contemporâneos de Jesus quando Ele afirmava que a verdade trazida por Ele os tornaria livres. E Jesus respondera: “Todo aquele que comete o pecado é escravo do pecado”1.
Existe uma escravidão traiçoeira, fruto do pecado, que prende o coração humano. Conhecemos bem a variedade de suas manifestações: a preocupação só consigo mesmo, o apego aos bens materiais, o hedonismo, o orgulho, a ira…
Sozinhos, jamais seremos capazes de nos libertar radicalmente dessa escravidão. A liberdade é um dom de Jesus: Ele nos libertou, fazendo-se nosso servo e dando a vida por nós. Daí o convite a sermos coerentes com a liberdade que nos foi dada.
Essa liberdade “não significa tanto a possibilidade de escolher entre o bem e o mal, quanto de caminhar sempre mais rumo ao bem”, afirma Chiara Lubich, dirigindo-se aos jovens. E prossegue: “Tenho constatado que o bem liberta, o mal escraviza. Ora, para ter a liberdade é preciso amar. Pois aquilo que nos torna mais escravos é o nosso eu. Ao passo que, pensando sempre no outro, ou na vontade de Deus quando cumprimos os próprios deveres, ou no próximo, não pensamos em nós e somos livres de nós mesmos”2.

“Fostes chamados para a liberdade”

Como podemos, então, viver esta Palavra de Vida? O próprio Paulo nos dá a indicação quando, logo após ter-nos lembrado que fomos chamados para a liberdade, explica que a mesma consiste em nos fazermos “escravos uns dos outros”, “pelo amor”, “pois toda a lei se resume neste único mandamento: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”3.
Esse é o paradoxo do amor: somos livres quando por amor nos colocamos a serviço dos outros; quando, contrariando os impulsos egoístas, nos esquecemos de nós mesmos e estamos atentos às necessidades dos outros.
Somos chamados à liberdade do amor: somos livres para amar! Sim, “para ter a liberdade é preciso amar”.

“Fostes chamados para a liberdade”

O bispo Francisco Xavier Nguyen Van Thuan, preso por causa de sua fé, permaneceu encarcerado por 13 anos. Mas também aí ele se sentia livre, porque tinha sempre a possibilidade de amar, pelo menos, os carcereiros.

Ele mesmo conta: «Quando me isolaram dos outros companheiros na prisão, puseram cinco guardas para me vigiar, seguindo um rodízio. Dois deles sempre estavam comigo. Os seus chefes lhes haviam dito: “De quinze em quinze dias vocês serão substituídos por outro grupo, para não serem ‘contaminados’ por esse bispo perigoso”. Após algum tempo mudaram de idéia: “Não vamos mais fazer o rodízio, senão esse bispo ‘contaminará’ todos os soldados”.
No começo, os guardas não falavam comigo. Respondiam apenas sim ou não. Era realmente triste. (…) Evitavam falar comigo.
Uma noite, veio-me à mente um pensamento: “Francisco, você é muito rico, tem o amor de Cristo no coração; ame-os como Jesus amou você”.
No dia seguinte comecei a querer-lhes bem ainda mais, a amar Jesus na pessoa de cada um deles, sorrindo e trocando palavras gentis. Contei como tinham sido minhas viagens ao exterior (…) Quiseram aprender línguas estrangeiras, como o francês, o inglês… Em suma, os meus guardas tornaram-se meus alunos! 4»


Organização de Fabio Ciardi e Gabriella Fallacara

1) Cf. Jo 8,31-34);
2) Respostas às perguntas dos jovens, Palaeur, Roma, 20/05/1995;
3) Cf. Gl 5,13-14;
4) Testemunhas da Esperança, São Paulo: Cidade Nova, 2002, p. 82.

9 comentários:

Maria João disse...

Só o Amor de Deus Pai pode provocar grandes mudanças... Evangelizemos! Nunca se sabe quem Deus vai chamar...

beijos em Cristo

Chama Violeta disse...

Ter fé, DEUS no coração e amor incondicional!
Bom fina de semana e beijos violeta!
Vamos abraçar uma árvore em 07/07/07? Leia em meu blog!

Ver para crer disse...

Somos todos convidados a evangelizar. E isto significa ensinar os homens a amar a Deus e ao próximo.
Não é fácil mas com Deus conseguiremos!

Anónimo disse...

Boa noite nyny...


Encontrei este seu blog tb.
Lindo o que vc escreveu.
Parabéns pelo filhinho fofura que vc tem, o Tiago.
A conheci no blog de anawîm.



Beijinhos de uma brasileira que se apaixonou por vcs todos.

Ecclesiae Dei disse...

Lindas palavras! Deus abençõe!

Um ótimo domingo
http://ecclesiaedei.blogspot.com

Marrie disse...

Obrigada pela visitinha....... Sabermos respeitar a individualidade e a vontade de cada um é, sem dúvida alguma, uma grande qualidade. Abraços.

markus disse...

“Tenho o coração granitado e fresco...Pintado pela noite…”
Um bom dia e boa semana ***

markus disse...

Obrigado pela visita, e pelas tuas palavras.
"Reparai no olhar simpático das árvores
Entendei o sol adormecido no céu
Todo o dia é vida...".
Um dia bom***

Chama Violeta disse...

Cá estou para fazer-te um convite de amor: vamos meditar pela cura do Planeta em 17/07/07. Leia em meu blog!

Namastê