sábado, 3 de novembro de 2007

Lembrei-me de São Francisco


por Antonio Francisco

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Desde ontem, já fui ao médico duas vezes, tenho uma consulta para amanhã e dois exames para depois de amanhã. Você pode imaginar que meu caso é grave. Espero que não, mas deixe-me explicar logo o que me aconteceu.

Ontem tive uma tarde bem movimentada. Chegando em casa e ao trocar de roupa, senti uma fisgada no peito e logo depois meu braço direito ficou dormente. Não senti dor, exatamente, mas fiquei incomodado, pois foi algo estranho. Adiei uma reunião que tinha para a noite e pedi que um amigo me levasse ao hospital, pois temia dirigir naquele momento. Depois das protelações próprias do atendimento na saúde brasileira, não importa se pública ou privada, fiz uma consulta e tudo pareceu normal.

Hoje senti as mesmas fisgadas e voltei ao médico (outro especialista), que me pareceu melhor que o de ontem, até porque já havia feito consulta com ele. Fiz um eletrocardiograma e voltarei para outros procedimentos. Até agora, tudo está parecendo normal, apenas a pressão está um pouco alta.

Ao pensar em escrever sobre isso, lembrei-me de São Francisco. Conta-se que alguém encontrou São Francisco trabalhando no jardim e lhe perguntou: “O que o senhor faria se soubesse que morreria dentro de dez minutos?” São Francisco replicou: “Terminaria esta fileira.”

Talvez a maioria de nós precisasse de pelo menos dez dias para colocar a vida em ordem. Acho que esse é um bom momento para pensar nas palavras do profeta Isaías ao rei Ezequias: “Ponha a casa em ordem, porque você vai morrer; você não se recuperará” (Is 38.1). Ezequias suplicou misericórdia e Deus lhe deu mais quinze anos de vida. Mas não foram os melhores dias de sua vida. Devo viver bem para poder morrer bem. Nas palavras de um antigo hino:

“Ensina-me a viver de forma que temaA tumba tão pouco quanto o leito;Ensina-me a morrer, de forma que possa,Erguer-me glorioso no Dia do Juízo”.