sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Vésperas





Vimos, ao cair da noite,
Confiar-os, ó Senhor,
Ao poder das vossas mãos.
Sem a vossa protecção,
Tudo perde quem Vos perde.
Só em Vós tudo renasce.
Só por Vós renasceremos
Para a vida de amanhã.



Vai o dia declinando
E só Vós renovareis
O mistério da alvorada,
Recordando em cada aurora
A primeira luz do tempo,
Quando a vossa Caridade,
Infinito amor em acto,
Se exprimiu na Criação.



Noite em noite, a voz do vento
Vem lembrar a vossa voz,
Voz de aviso e de perdão.
Vem lembrar a todo o homem:
Coração que Vos não ame
E não ame os seus irmãso
Trai a vida que lhe destes
E naufraga na mentira.



Vosso espírito de fogo,
Que desceu de além das nuvens,
Não se extingue sobre as águas.
Assumindo a nossa carne,
Vos fizeste companheiro
De quem anda sobre a terra
E rasgais aos nossos passos
Os caminhos da alegria.



Não deixeis de estar, Senhor,
Tão atento às nossas lágrimas,
Pronto sempre a socorrer-nos.
Pois que tudo renovais,
Renovai as nossas forças
Na paixão de Vos servir.
E na paz da vossa graça
Seja vossa a nossa noite.

in, liturgia das horas

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