Compreendamos que somos pecadores, não em relação a regras de moral, nem mesmo em relação a uma espiritualidade. Somos pecadores em relação à pureza absoluta do amor.
Esta pureza do amor é necessária para que a minha vocação se realize, uma vez que se trata de entrar em Deus e de viver a sua vida. Isso só será possível quando já não houver em mim a mais pequena réstia de egoísmo, e para falar de S. Bernardo, o menor retorno de mim sobre mim; quando já não houver a menor preocupação comigo mesmo e a menor tentação de me olhar ao espelho. Só nesse momento é que posso entrar na glória de Deus, mas não antes.
Estamos a falar da pureza absoluta do amor, isto é, de um amor absolutamente purificado de todo o egoísmo.
Não nos enganemos com esta palavra "pureza". Habituámo-nos a chamar pureza apenas ao que diz respeito à carne, à luxúria, ao sexto mandamento. Não é disso que se trata aqui, mas sim de um amor sem mistura de egoísmo.
É em relação a isso que eu sou pecador; por outras palavras, a minha vocação é a pureza absoluta do amor, e tenho de reconhecer que o meu ponto de partida é impuro.
Na glória de Deus, amarei como Deus ama, sem o menor retorno sobre mim mesmo.»
François Varillon, em "Viver o Evangelho"
terça-feira, 25 de novembro de 2008
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