domingo, 29 de março de 2009

FÁTIMA




Num monte,perdido na serra,
Povoado de urzes, azinhos,
Ovelhas e pedras;
Numa aldeia, dispersa,
À volta duma ermida,
Branca e erguida,
Entre o céu e a terra.

No meio da gente, simples,
Que, ali, morava,
Em segredo
E no degredo
Dum país,
Esquecido
E perdido,
No extremo do mundo.

Quando o comunismo,
Do leste, vermelho,
Aturdia, voraz e de medo
Países, viçosos,
Regando-os de sangue
E de guerra
E fazia
Promessas ao mundo,
Duma igualdade e de paz,

A ferro e a fogo,
Sem liberdade….

Veio Alguém,
Do alto e d’além,
Com uma mensagem, de paz,
Do Príncípio do ser,
Para o mundo total,
Traduzida,
Em palavras,
De Mãe!…

P’ra mensageiros,
Não escolheu
Diplomatas, nem cardeais,
Banqueiros ou magnatas,
Missionários ou generais,
Catedráticos e outros que tais…

Da terra inteira,
Lá soube porquê…
P’ra ponto de encontro,
Não escolheu,
À nossa maneira:
Nem Vaticano,
Meca, Nepal
Jerusalém, Paris,
Um santuário hindú,
A praça vermelha
E, muito menos,
A babel da ONU…

Só a azinheira
Dum monte,
Vestido de urzes e rosmaninho;
Três crianças, com nome de gente,
Só p’rà gente da terra;

O céu azul, sempre infinito
E um sol brilhante, de Maio
A iluminar o silêncio da serra…

Foi assim:

Pela Mulher,
Vestida de luz,
Que escolheu, um dia,
Para Mãe de Jesus,
Que o Pai falou,
De conversão e de paz
À humanidade
Que Ele criou,
Para SI,
Livre e eterna…


Joaquim Luís Mendes Gomes

terça-feira, 24 de março de 2009

Salmo 25



1. Fazei-me justiça, Senhor, pois tenho andado retamente e, confiando em vós, não vacilei.
2. Sondai-me, Senhor, e provai-me; escrutai meus rins e meu coração.
3. Tenho sempre diante dos olhos vossa bondade, e caminho na vossa verdade.
4. Entre os homens iníquos não me assento, nem me associo aos trapaceiros.
5. Detesto a companhia dos malfeitores, com os ímpios não me junto.
6. Na inocência lavo as minhas mãos, e conservo-me junto de vosso altar, Senhor,
7. para publicamente anunciar vossos louvores, e proclamar todas as vossas maravilhas.
8. Senhor, amo a habitação de vossa casa, e o tabernáculo onde reside a vossa glória.

terça-feira, 17 de março de 2009

Salmo 91



1.
Tu que habitas sob a proteção do Altíssimo, que moras à sombra do Onipotente,
2.
dize ao Senhor: Sois meu refúgio e minha cidadela, meu Deus, em que eu confio.
3.
É ele quem te livrará do laço do caçador, e da peste perniciosa.
4.
Ele te cobrirá com suas plumas, sob suas asas encontrarás refúgio. Sua fidelidade te será um escudo de proteção.
5.
Tu não temerás os terrores noturnos, nem a flecha que voa à luz do dia,
6.
nem a peste que se propaga nas trevas, nem o mal que grassa ao meio-dia.
7.
Caiam mil homens à tua esquerda e dez mil à tua direita, tu não serás atingido.
8.
Porém verás com teus próprios olhos, contemplarás o castigo dos pecadores,
9.
porque o Senhor é teu refúgio. Escolheste, por asilo, o Altíssimo.
10.
Nenhum mal te atingirá, nenhum flagelo chegará à tua tenda,
11.
porque aos seus anjos ele mandou que te guardem em todos os teus caminhos.
12.
Eles te sustentarão em suas mãos, para que não tropeces em alguma pedra.

13.
Sobre serpente e víbora andarás, calcarás aos pés o leão e o dragão.
14.
Pois que se uniu a mim, eu o livrarei; e o protegerei, pois conhece o meu nome.
15.
Quando me invocar, eu o atenderei; na tribulação estarei com ele. Hei de livrá-lo e o cobrirei de glória.
16.
Será favorecido de longos dias, e mostrar-lhe-ei a minha salvação.

sexta-feira, 13 de março de 2009

segunda-feira, 9 de março de 2009

Morte ao bispo!

“Morte ao bispo!” clama, quase uníssona, a mídia internacional. Um tarado, uma mãe com muito a explicar a respeito do que acontecia sob seu teto, mas o monstro da história é ... o bispo.

No Brasil e em diversos lugares onde ainda persistem restrições ao aborto, o Dia Internacional da Mulher foi assinalado por passeatas e manifestações favoráveis à sua legalização. Esse polêmico tema, sem dúvida, é o que mais claramente define sobre quais bases morais uma sociedade deseja situar-se.

Sou contra o aborto porque, com robusta base científica e filosófica, sei que a vida do embrião e do feto é vida humana distinta da vida da mãe e que nenhum direito pode prevalecer contra o direito à vida de um ser humano inocente. Ponto. Embora católico e conhecedor da doutrina da Igreja sobre o assunto, tenho-a como totalmente dispensável para fundar minha convicção como cidadão. Aliás, a orientação da Igreja sobre o tema mudou acompanhando a Ciência. Foi ela, a Ciência, foram os médicos, foram os embriologistas que informaram ser humana a vida do embrião e do feto.

A posição da lei brasileira é clara e boa: a) o aborto é crime; b) esse crime só não implica penalização em caso de gravidez decorrente de estupro ou que ponha em risco a vida da mãe. Não preciso mencionar aqui os atropelos administrativos e legais praticados no Brasil com portarias que violentaram o crime de estupro com o objetivo de favorecer o aborto, fazendo com que, para sua realização, seja suficiente a declaração da vítima. É como emitir-se norma dispensando a perícia para o pagamento de indenização a vítimas de incêndio com danos materiais. Falou, está falado.

Os defensores do aborto tentam fazer chover para cima. Usam sofismas berrantes e sustentam, com o ar mais sério do mundo, tolices que constrangeriam um ruminante. Assim, por exemplo, uma desembargadora gaúcha aposentada declarou outro dia, num debate de tevê, que “se a lei não penaliza o aborto em certas condições, então ela o autoriza”. Até o parafuso que sustenta o quadro instalado na minha parede, ao lado do aparelho de TV, balançou a cabeça em reprovação. Se não penalizar for o mesmo que autorizar, então, doutora, a lei brasileira autoriza o crime de menor! Ora bolas! O que a lei brasileira faz, mesmo reconhecendo a natureza sempre criminosa do ato, é levar em conta, nesses dois casos, que suas condicionantes são tão graves que a condenação criminal seria uma violência inaceitável.

O caso da menina pernambucana potencializa todas essas condições: a vítima do estupro tem nove aninhos, o estuprador era seu padrasto e a gravidez, para agravar ainda mais o quadro, era de gêmeos. Temos aí um criminoso que deveria passar o resto da vida atrás das grades, para nunca mais chegar perto de uma criança e uma mãe corresponsável pela inominável violência praticada contra sua filha, porque, ou ela sabia o que estava acontecendo ou tinha a obrigação de saber o que estava acontecendo. Mas quem vem sendo execrado perante a opinião pública? O bispo, que simplesmente enunciou um princípio, tornando clara uma pena espiritual que os próprios envolvidos se autoaplicaram e à qual não parecem atribuir maior importância.

“Morte ao bispo!” clama, quase uníssona, a mídia internacional. Um tarado, uma mãe com muito a explicar a respeito do que acontecia sob seu teto, mas o monstro da história é ... o bispo.

Atravessamos o border line da esquizofrenia social. Vivemos numa sociedade que jogou os valores morais no lixão de suas próprias desordens e libertinagem. Ela não mais aceita que alguém insinue que existe o certo e o errado, o bem e o mal, a verdade e a mentira. O certo, o bem e a verdade são impronunciáveis porque implicam coisas tão infames quanto exame de consciência, juízo moral, sentimento de culpa, arrependimento, perdão e reparação. Estamos construindo um mundo sem essas coisas e aparece um bispo para estuprar nossa insensibilidade! Moral é coisa que só se cobra de políticos, não é mesmo?

Percival Puggina
08/03/2009

Te Louvo em Verdade


Te Louvo em Verdade


Mesmo na tempestade, mesmo que se agite o mar
Te louvo, te louvo em verdade

Mesmo longe dos meus, mesmo na soli..dão,
Te louvo, te louvo em vardade

Pois Somente tenho a Ti, Tu és a minha herança
Te louvo, te louvo em verdade
Pois Somente tenho a Ti, Te és a minha herança
Te louvo, te louvo em verdade

Mesmo que me faltem palavras,
mesmo que eu não saiba louvar
Te louvo, te louvo em verdade
Música de Martin Valverde

domingo, 8 de março de 2009

Porque hoje é o dia Internacional da Mulher
Ladainha de Santo Amaro

Nossa Senhora mãe de Jesus,
Nossa Senhora de todos nós,
Roga por tudo que tudo é teu
Por cada coisa, por cada ser
Pelos que cantam, pelos que choram,
Pelos que te esquecem e pelos que te imploram
Santa Maria, Nossa Senhora,
Maria dos tamarineiros
Dos riachos, manguezais
Dos dendezeiros bonitos
Maria dos canaviais
Maria das fontes limpas
Maria das cachoeiras
Maria das águas claras
Que brincam por sobre os seixos
Maria do subaé
De águas tristes pesadas
Maria dos barcos, canoas
Maria dos pescadores
De velas cheias de vento
Maria das canas doces
Dos alambiques, do mel
Maria das flores e folhas
Das sementes, dos espinhos
Maria de cada casa
E de todos os caminhos
Maria de nossa infância
De toda gente
Maria de todo amor
Maria de cada igreja
De azulejos, alfaias
Redoma e lindos altares
Maria das procissões
Das festas, das romarias
Dos cânticos, da alegria
Maria de cada noite
Maria de todo dia
Das praças, coretos, cinemas
Maria dos meus amores
Dos meus sobrados tristonhos
Dos meus mais doces sonhos
Maria dos seresteiros
Dos cantadores, poetas
Maria dos sinos plangentes
Maria das torres acesas
Das palmeiras solitárias
Das pontes, moringas e rios
Maria de todo sonho
De música e harmonia
Dos prados e dos pandeiros
Das festas de Fevereiro
Maria das chegadas e também das despedidas
Maria de todas as vidas
Maria do meu passado,
Do meu futuro também,
Maria da vida toda,
Maria que eu quero bem,
Maria de escolas pobres,
De crianças sem brinquedo,
Maria do nosso medo,
Maria de analfabetos,
Maria do A B C,
Maria de Mãe Canô,
Da saudade de meu Pai,
Maria de meus irmãos,
Maria dos meus amigos
E dos amigos que perdi,
Maria das minhas filhas,
dos meus netos, meus alunos,

Maria Nossa Senhora
Mãe do menino Jesus
Rainha de toda luz
Roga por tudo
Que tudo é teu!

Mabel Velloso, para os 50 anos de Maria Bethânia

quinta-feira, 5 de março de 2009

O imediatismo é o avesso da esperança




Se não houvesse a crença de que a espera vale a pena, o ser humano desfaleceria no sentimento de vazio interior.


Sem esperança a vida perde o significado. Acreditar no que ainda não se tem, não se vê, não se toca, é imprescindível, pois o coração sente a existência do que é invisível e recusa toda não-verdade a respeito dos dons e talentos que Deus concedeu, identifica a proximidade do algo bom que está por vir e a sensibilidade alerta que está presente o objeto da busca tão prolongada e de tantas preces.


Não desista, vá em frente, acredite no que Deus quer fazer em você! Uma pessoa inflamada pela esperança vence o mundo e chega aonde todos achavam que seria impossível.


Só uma coisa pode deter esse ser humano: O imediatismo. Querer tudo de forma imediatista é falta de amor a si próprio e uma violência com o próximo, pois não admite o estar em construção, interrompe processos de gestação e de reparos.


Mostramo-nos imediatistas no trânsito, ao aguardar o elevador, em filas, com o atendente que parece estar ocupado; desde pequenas coisas do dia até as maiores.


Neste mundo moderno, que nos educa a querer ter resultados simultâneos às nossas vontades, muitos acreditam somente no que é palpável, visível e provável. A fé perde terreno e o que passa a valer é o que o homem consegue entender. As alegrias verdadeiras perdem o valor e dão lugar às sensações do momento. Enquanto a esperança nos ensina que tudo o que vem de um processo é mais durável e perfeito e que toda gestação prepara quem gesta e quem nasce.


Esperança se faz de luta, garra e perseverança.


A esperança nos prepara para ver Deus. Não O vemos, não O tocamos, mas a presença d'Ele é sentida. Ele está aqui, está aí, vê as lágrimas e as dores, trabalha do nosso lado, somente espera estarmos prontos para nos agraciar com o que Ele tem de melhor. O Senhor tem esperança em você!


Qual a sua esperança? Qual o sentido da sua vida? Pelo que você luta hoje? Seja qual for a resposta, uma coisa é certa: é tempo de se despir de todo apelo à urgência e esperar no Senhor.
Deus o Abençoe!


Sandro Ap. Arquejada - Missionário da Canção Nova


terça-feira, 3 de março de 2009