Silhueta branca
Manta ampla verde cobre esta Tapada imensa.
Apenas um. Hierático. Como se a magicar na vida.
Um cavalo branco. Elegante. Ali está especado.
Sopram-no brandas lufadas de vento.
Suas crinas e cauda longa dançam-lhe escorraçando as moscas.
Como foi feliz a mão do seu escultor.
Estátua viva e esbelta de sangue quente.
Olhos doces onde não se vislumbra o mal.
Por ali passa a vida, alheio à chuva e ao sol.
O pasto abunda e o tempo sobra.
Sai-lhe barata a vida porque não paga renda.
Até faz inveja vê-lo aqui da minha janela…
Mafra, 22 de Abril de 2020
16h29m
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